Na rede

quinta-feira, maio 08, 2003

A TV Digital do B
- Discurso do Ministro traz boas novidades

O ministro das Comunicações, Miro Teixeira, foi ao Senado ontem
para anunciar a conclusão da minuta de decreto que criará o grupo
de estudo encarregado de analisar a viabilidade da TV digital brasileira. Anunciou
também o uso de tecnologia digital nas transmissões de rádio
em ondas médias (digital
AM standard
- veja também: DRM:
"Why digital AM?")
o que pode ser revolucionário para o setor de radiodifusão. Mas
importante mesmo é a seguinte afirmação do Ministro, que
está hoje em matéria
do Valor
(só para assinantes, agh#*):



"...o modelo de tecnologia imaginado pelo ministério não
está voltado para a TV em alta definição, mas para a
possibilidade de transformar os aparelhos de TV convencionais em instrumentos
para a "inclusão digital", com programas de computador desenvolvidos
no país."



Na mesma matéria, Miro cita a diretriz do MC
em pesquisar dentre as diversas tecnologias que compõem os subsistemas
da DTV, aquelas que são livres para o uso sem o pagamento de royalties.
Esta diretriz antenada com os princípios da Ecologia
Digital
é um excelente input para a tarefa do grupo de trabalho constituído,
que é formado por 11 representantes do governo, do meio acadêmico
e do setor privado. O grupo terá também representantes dos ministérios
da Ciência e da Tecnologia, das Relações Exteriores e do
Desenvolvimento. Terão representantes também a Secretaria de Comunicação
de Governo e Gestão Estratégica, o BNDES, a Finep, e a fundação
CPqD. As universidades envolvidas terão um representante, e, pelo setor
privado, haverá dois integrantes, indicados pelos produtores de equipamento
e pelas emissoras de TV aberta.


Enquanto isso, na terra de Bush, a confusão ainda é grande em
relação ao prazo estabelecido pelo governo (veja "A
Paranóia de Hollywood
") para que sejam cessadas nos EUA todas
as trasmissões analógicas até o ano de 2006 - desde que
pelo menos 85% do público americano tenha adquirido os receptores digitais.
A existência de inúmeros interesses aparentemente contraditórios
criou uma situação inusitada, onde todos os envolvidos acham que
irão perder algo.


Em
"Harry Potter
e os Prisioneiros da Transição para a TV Digital
-
Uma aventura em política de telecomunicações
",
por Mike Godwin da Public
Knowledge
, publicado em Ecologia
Digital
, temos uma interessante análise do quadro atual da questão
nos EUA, e algumas propostas mágicas de solução. A briga
entre os setores envolvidos no negócio é grande, e a análise
de cenário pode ser muito proveitosa para quem acompanha e influencia
o processo brasileiro, agora acompanhado de saudável ideologia.


Havemos de cuidar para que clichês políticos jurássicos
não coloquem o projeto da DTV do B na via do atraso, nos moldes das já
conhecidas "reservas de mercado", e sim na vanguarda da concepção
libertária da rede e seus protocolos abertos.

terça-feira, abril 15, 2003

Exclusão Digital na pauta
- Várias matérias e artigos destacam pesquisa da FGV/CDI


Fotografar a inclusão digital exige uma câmera com lentes
focadas num horizonte pertinente. (leia
mais
)



A frase é do coordenador do programa "Cidade
do Conhecimento
", Gilson
Schwartz
, em artigo
disponibilizado pelo Jornal
da Ciência
, da SBPC, e vem
fazer coro com o
que apresentou o novo Secretário
de Logística e Tecnologia
da Informação do Min. do Planejamento, enfatizando o aspecto não-tecnológico
da questão.


Na semana passada vários artigos (folha,
estadão,
gazeta,
bol)
surgiram na mídia provocados pela publicação do Mapa
da Exclusão Digital
, elaborado pelo CPS
da FGV sob a coordenação do CDI
e com apoio da Sun Systems e da USAID.
Entre outras frases fortes, o estudo afirma que cerca de 1
milhão de pessoas são beneficiadas por trimestre pela inclusão
digital
no Brasil.


Partindo dos números apresentados em que 12,46% dos brasileiros têm
computador em casa, e 8,31% estão conectados à internet, a iniciativa
CDI/FGV registra a evolução da inclusão digital em termos
de parque tecnológico instalado, o que pode mascarar o fato de que "
desafios tecnológicos que estão muito além do número
de máquinas instaladas em lares, escritórios ou telecentros
"
(Schwartz).
"Parece apenas mais um dado 'inocente', mas valorizar esse indicador significa
contrabandear um modelo de sociedade da informação talvez relevante
nos EUA, mas inviável no Brasil."


Entretanto,
o que vale é o que cada um pode realizar rumo a este desafio que
é superar o abismo digital, e neste sentido venho divulgar a atuação
da AOPA -
Associação Olhos D´Água de Proteção
Ambiental
, ong gerida por integrantes da comunidade
onde moro
e da qual sou membro do Conselho Curador. A AOPA, sob a batuta
do Alexandre Lins, foi responsável
pela fundação do primeiro
EIC
na localidade do Varjão, comunidade localizada no Lago
Norte em Brasília. Este projeto em parceria com o CDI funciona com procedimentos
pré-determinados, e hoje já tem uma dinâmica de funcionamento
próprio.


Animado
mesmo é o espaço da sede da AOPA, que hoje abriga um embrião
de telecentro em projeto parceiro com a Comunitas,
o qual tem gerado iniciativas conjuntas muito interessantes com a turma da Comunicação
da UnB
e que está se encaminhando para a instalação
de uma rádio comunitária,
além de fomentar a produção cultural local para publicação
na web. Trabalhar pela superação da exclusão digital é
extremamente recompensador e divertido - vale à pena experimentar, e
não faltam vagas para monitores interessados.

quarta-feira, abril 09, 2003

TI governamental diz a que veio
- Rogério Santanna no eventão do Serpro

Saí
correndo hoje de manhã lá para o BlueTree,
do lado do Alvorada, para acompanhar a palestra do novo titular da Secretaria
de Logística e Tecnologia da Informação - SLTI
do Ministério
do Planejamento
, Rogério
Santanna
, na Mostra
de Soluções em Tecnologia da Informação Aplicadas
ao Setor Público
.


Quem é do ramo sabe que este cargo é chave na determinação
de diretrizes para a atuação do governo como um todo em termos
de TI, e eu mesmo vinha há algum tempo querendo descobrir qual o apito
que toca o novo Secretário. Tinha informações sobre sua
atuação nas empresas estaduais do Rio Grande do Sul, o que já
eram boas credenciais, e aproveitando a oportunidade vou blogar sobre a apresentação
dele, que me pareceu muito boa.


Ao
iniciar falando sobre o "apartheid digital", do abismo entre os que
participam da sociedade da informação e os que não tem
acesso a nenhuma infraestrutura - os info-ricos X os info-pobres, antecipou
a tonalidade social de toda a exposição. Muito interessante, e
supreendente, a ênfase dada pelo novo secretário ao aspecto não-tecnológico
dos projetos de inclusão digital. Demonstra que Rogério Santanna
conhece o que está falando, e que as iniciativas da SLTI poderão
finalmente se integrar com os movimentos de inclusão digital já
desenvolvidos pelo terceiro setor e pelas universidades. Só isto já
valeu a manhã!


Ao apresentar as iniciativas de sucesso do governo passado, à principio
Santanna estava meio tímido, mas há que se conceder que o ComprasNet,
que tem hoje 17 países interessados em implementar, o ReceitaNet,
e o sistema
de voto eletrônico
são exemplos de sucesso. Já não
se pode ser tão efusivo com relação às iniciativas
de E-gov na Internet (e porque existe
este?; e pra que serve este?),
pois faltou conhecimento de causa na formulação das diretrizes,
e muito pouca habilidade na integração dos programas mesmo no
raio próximo da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos
Três Poderes (tudo pertinho!). Santanna comentou sua estranheza com o
fato de não haver nenhuma rede de fibra ótica do goerno interligando
os prédios na eplanada (!?). Só a Remav,
da antiga Telebrasília.


Em seguida abordou também a questão do compartilhamento racional
da infraestrutura de redes, o que deve assustar as telecons. Mencionou a necessidade
de independência com relação a esquemas monopolistas / proprietários
no fornecimento de sistemas, o que implica diretamente na questão do
software livre, e colocou como desafio a integração do E-gov com
estados e municípios. Chegou a mencionar o papel importante das empresas
estaduais de processamento de dados neste processo, através do forum
que é a ABEP. Como conhecedor
do ramo, afirmou também que estas empresas precisam passar por uma grande
reformulação em termos de gestão.


Como desafio futuro mencionou a implantação de uma politica de
gestão de sistemas legados, destacando que este aspecto da gestão
de TI mobiliza manobras gigantescas na estrutura dos órgãos governamentais,
e portanto deve operar de acordo com diretrizes gerais que promovam a integração
dos sistemas em nível amplo e o manejo racional dos recursos de TI.


A proposta de implementação do ComprasNet a nível nacional,
de forma a permitir uma política de fomento setorial às micro,
pequenas e médias empresas, ou ainda àquelas que investem em inovação,
através de diretrizes específicas para as compras governamentais
também me pareceu um projeto de primeira. É uma herança
positiva do trabalho realizado no governo passado.


Entre
uma e outra frase interessante, Rogério Santanna mandou lá que
"nenhum processador pode estar sendo desperdiçado no Brasil",
uma boa frase de efeito para o MetaReciclagem.
Deixou claro que o próximo passo do governo em termos de inclusão
digitral será a "Segunda Oficina de Inclusão Digital"
que deve acontecer neste mesmo BlueTree no mês que vem. Este será
o forum onde os vários parceiros desta obra poderão se conhecer,
e de acordo com o posicionamento do novo SLTI do MP (código de siglas
típico de Brasília...), terceiro setor e universidades são
presença fundamental.


Saindo do recinto da Conferência, lá estamos cercados de logomarcas
e gatas em grande estilo - é o bombardeamento dos sentidos. O pessoal
do Serpro realmente caprichou no lanche, mas contamos com o bom discernimento
do novo Secretário para que marcas menos hegemônicas e menos fisiológicas
possam ter a chance de mostrar serviço ao novo governo.

terça-feira, abril 08, 2003

A rede em tempos de guerra

A questão da Akamai não
querer hospedar a versão em inglês
do site da Al Jazeera (como reportou
o NYTimes
) mostra um grave sinal de politização
da infraestrutura
da rede. Um artigo
de John Lettice
no The Register
comenta que a atuação da tv Al Jazeera por satélite é
uma garantia contra tal censura, e pensar no que implicaria uma autonomia análoga
no âmbito da comunicação via web pode nos levar à
conclusão de que a liberdade de expressão na rede é muito
menor do que imaginávamos.


Enquanto isso, a Wired
mostra
que o blog independente de informações de guerra que
vinha tendo um dos melhores desempenhos em termos de visitação,
o The Agonist, acaba de ser desmascarado
por plagiar descaradamente dados de um serviço de informações
pago baseado no Texas, o Stratfor.
Aqui o autor pede
desculpas
pelo plágio. Aos que pretendam usar o fato para atacar
a credibilidade da blogosfera em relação à big mídia,
lembramos que o The Agonist foi louvado
pelo NYTimes
para depois ser desmascarado por outro
blogueiro
.

sexta-feira, abril 04, 2003

Googlewashing
Pagerank causa lavagem semântica?

O The Register publicou artigo
de Andrew Orlowski (Anti-war
slogan coined, repurposed and Googlewashed... in 42 days
), onde este afirma
que os blogueiros da chamada 'A-List' detêm hoje excessivo poder em utilizar
o algoritmo Pagerank
do Google para dar visibilidade aos temas de seu interesse.


Para quem não sabe do que se trata, esta 'A-List' foi inicialmente citada
em Deconsctructing 'You've got
Blog'
, que é uma espécie de resposta ao famoso artigo You've
got Blog
, de Rebecca Mead, que anunciou a existência dos blogs ao
mundo em 2000 ao contar o romance bloguístico de Meg megnut
/ Blogger Hourihan e Jason
Kottke
. O texto de Joe Clark traz argumentos
astutos sobre a existência de uma aristrocracia na blogosfera - blogueiros
com poder suficiente para fazer um determinado conteúdo ascender nos
ranks do Google, relegando ao anonimato da web outros conteúdos não
abençoados pela 'A-list'.


O artigo no Register teve como objeto o termo "Segunda Superpotência",
que segundo Orlowski teria surgido no calor dos protestos
anti-guerra do dia 15 de fevereiro último
numa análise
de notícia por Patrick Tyler
veiculada em primeira página
no NYTimes. Segundo Orlowski, crítico
implacável
do Cluetrain,
em apenas 42 dias a máfia do 'A-List' emplacou nos primeiros lugares
da busca do termo "Segunda
Superpotência" no Google
o artigo de Jim
Moore
, The
Second Superpower Rears its Beautiful Head
, que apresenta a Internet,
ou melhor, a comunidade global conectada como o "corpo" desta "Segunda
Superpotência". Veja o trecho traduzido:



"Está emergindo uma segunda superpotência, mas não
é uma nação. É um novo formato de ator internacional,
constituído pela "vontade do povo" em um movimento social
global. A face bonita, mas profundamente agitada desta segunda superpotência
é a campanha mundial pela paz, mas o corpo deste movimento é
formado por milhões de pessoas interessadas em uma agenda ampla que
inclue desenvolvimento social, ambientalismo, saúde e direitos humanos.
Este movimento possui um corpo musculoso e ágil, formado por cidadãos
ativistas que tem seus interesses identificados com a sociedade mundial como
um todo, e que reconhecem em todos os seres humanos do planeta uma unidade
fundamental. Estas são as pessoas que estão tentando levar em
conta as necessidades e sonhos de todas as 6.3 bilhões de pessoas no
mundo - e não somente os membros de uma ou outra nação."



Ou seja, o artigo
do Register
aponta que o termo Segunda Superpotência nasceu como uma
concessão
do NYTimes
ao movimento pacifista, e que a turma do "A-List" (Cluetrain?)
teria "Googlewashed" (lavado semânticamente), ou descaracterizado
o "real" significado do termo nos algoritmos do Pagerank.
Dessa forma, o termo deixou de ter o sentido que Orlowski gostaria que tivesse
na web, e passou a representar predominantemente a discussão sobre a
Internet como Segunda Superpotência, de acordo com a proposição
de Moore.


Talvez, como diz Kevin
Marks
, Orlowski esteja manifestando a preocupação da big mídia
de que uma confraria de jornalistas não profissionais estejam adquirindo
o poder inusitado de fomentar e formatar novas discussões e introduzir
novos conceitos, cometendo o sacrilégio de ultrapassar o NYTimes em termos
de pertinência perante ao Google. Talvez assuste ainda mais a agilidade,
a escala e a velocidade de evolução de tais procedimentos de difusão
e troca de informações.


Weinberger
infere que a mensagem oculta no artigo de Orlowski, que começa com uma
referência à Internet como ambiente propício ao totalitarismo,
é de que o Pagerank do Google presta atenção exagerada
à blogosfera. Mas "E DAÍ!!". O recado do Joho é
para que Orlowski não se preocupe pois "com a capitulação
da big mídia, a Internet - onde cidadãos como Jim Moore e Andrew
Orlowski podem colocar boas e más idéias em circulação
- oferecerá a melhor proteção contra qualquer tipo de totalitarismo
".

segunda-feira, março 31, 2003

O mito da interferência no espectro de rádio
- Assunto foi tema quente na ILaw no Rio de Janeiro


"Há uma razão para nossas televisões terem
mais poder de fogo do que nós, nos borrifando com trilhões de
bites enquanto nós só respondemos com cômicos toques em
nossos controles remotos. Para permitir que os sinais cheguem intactos, o
governo tem que dividir o espectro de freqüências em faixas que
depois licencia a particulares. A Globo tem uma licença e você
não."
(leia
mais
)



Assim começa o artigo de David
Weinberger
na Salon.com,
que o Guilherme Barcellos traduziu para
o Ecologia Digital. Mais adiante afirma
que a "interferência é uma metáfora que mascara
uma velha limitação da tecnologia como um fato de natureza
".
Ou seja, é má ciência que ajuda a manter uma escassez artificial
nos recursos de comunicação, favorecendo a centralização
do poder de mídia.


O tema é tão supreendente e revolucionário que tem sido
abordado frequentemente (veja Financial
Times
), e o ILaw realizado
semana passada no Rio (veja na
Cora
) contou com uma sessão específica sobre o assunto, onde
Lawrence Lessig e Yochai
Benkler
apresentaram uma boa alegoria sobre a situação (íntegra
no Copyfight).
Vale à pena se informar.


Update: Veja também "A administraç?o do espectro eletromagnético", de Michael Stanton, no Estad?o.

terça-feira, março 25, 2003

Se o tirano quer guerra...
Alimento para o pensamento


"Noite
passada conversei com uma cara bem legal, o Hernani
Dimantas
, do Projeto Metáfora,
e após tentar nos comunicar em Português e inglês, ficamos
com o espanhol. Ele falou-me de grandes planos de levar computadores e a tecnologia
da internet para as Massas. Discuti com ele que a enfâse era contrária.
Mais importante que levar a tecnologia às Massas – o que me cheira
um pouco a caridade o que pode perigosamente levar a condensação
de um pensamento e ação colonial – é meu ponto
de vista que as Massas devem ter de volta o controle da tecnologia. Não
quero levar a tecnologia para as Massas. Quero seguir as Massas para reconstruir
a tecnologia. Esse ponto pode parecer uma pequeno problema de semântica
mas acho que faz toda a diferença do mundo.


Sou um ludita não muito comum; um dos primeiros a lutar pela liberdade
de imprensa na Internet que odeia a Internet! Trabalho na Internet. Desconfio
da Internet. A Internet é um mundo de vigilância total. Sou o
editor chefe de um jornal online tri-lingue que recebe dois milhões
de visitas por mês: narconews.com
(é um pontocom ainda que não seja comercial, e não um
pontoorg como está no programa do Mídia Tática; o Narco
News não é uma “organização”, operamos
mais sobre o conceito de Deleuze e Guattari; “máquina de guerra
fora do Estado”).


Convido-lhes a visitar o Narconews.com
na Internet – agora publicamos em português
também, em adição ao inglês
e ao espanhol
e a participar nessa máquina de guerra; a participar nessa guerra,
porque estamos em guerra, um tipo de guerra civil internacional, um conflito
armado – armado com computadores, câmeras, papel e caneta e armas
parecidas – para tomar de volta o jornalismo das mão de tiranias
enconômicas que roubaram e destruíram o jornalismo de nossas
vidas; algumas pessoas chamam isso de revolução. Narco News
não é um brinquedinho tech. Não é um esquema para
fazer dinheiro. Estamos em guerra."



Veja a íntegra do texto As
Massas contra a Mídia
, por Al
Giordano
, e também vale conferir If
The Tyrants Want War
.

domingo, março 23, 2003

Rede de Mídia Tática
- Como ajudar um shaman sulamericano em apuros no Canadá

Comecei buscando formas de dar visibilidade ao problema

de Juan Uyunkar
, um shaman ecuatoriano da tribo Shuar que está detido
no Canadá acusado de negligência na morte de uma senhora de 70
anos, conforme relatado no Santodaime.org.
Ao mesmo tempo checava as repercussões do Mídia
Tática Brasil
e a busca me fez chegar numa entrevista
do Al Giordano
, que é editor do Narco
News
, "site de notícias que cobre a guerra contra as drogas
promovida pelos EUA de um ponto de vista heterodoxo". Ele esteve presente
no evento da semana passada em SP falando sobre "jornalismo
autêntico
", uma "versão moderna do intelectual
orgânico
proposto por Antonio Gramsci". Pensei um pouco e mandei
um e-mail notificando a galera sobre o caso do Juan.


Seguindo a trilha, foi fácil achar informações sobre os
eventos
que o Narco News vem promovendo em parceria com o Guerrilla
News Network
(GNN), contando com a participação de vários
brasileiros - o que faz com que o site já tenha uma versão
em português
. Mas o GNN foi o maior peixe da pescaria do dia, e foi
onde encontrei um excelente conceito
de utilização de vídeo
no contexto da mídia
tática na web. A galera é tão radical e arrojada na linguagem
e na postura política que foi convidada para fazer um clipe em flash
para o Eminem, o White
America
- imperdível! Outras peças que valem à pena:
The Quiet and Subtle Cyclone,
fruto de um workshop de produção de vídeo realizado em
Diamantina, Brasil; o já clássico vídeo-rap S-11
Redux
, e o audacioso Crack
the CIA
, que fala sobre o envovimento do governo americano com o tráfico
de drogas. Sinistro.


O
GNN em sua tática não despreza uma boa circulação
impressa, e por isso está disponibilizando a primeira edição
de um panfleto em pdf para
distribuição tática via web: o Guerrilla Deprogrammer.
Neste primeiro número conta com a surpreendente foto (ao lado) onde Donald
Rumsfeld
, Secretário de Defesa dos Estados Unidos, aparece cumprimentando
Saddam Hussein. A história é detalhada também aqui,
em mais um nó dessa rede tática.


Enquanto isso, a big
mídia
continua demonstrando seu
desconforto
com as ações de mídia tática que
começam a se desenvolver neste começo de guerra. A CNN
acaba de solicitar a Kevin Sites
que pare de
blogar
, e enquanto isso a rede ridiculariza Bush com o vídeo
da cabeleleira
(versão
ampliada
). A BBC publicou,
e a Casa
Branca foi à loucura
. O vírus da mídia está
solto, e os poderes estabelecidos não estão percebendo a dimensão
do rombo em seu casco - vai ser interessante acompanhar o desenrolar dos fatos.


Comecei tentando ajudar no caso do ayahuasqueiro
detido lá no Canadá
, e num passeio pelo universo da mídia
alternativa na web neste momento da história, pude perceber que o mundo
está mudando muito rapidamente...

quarta-feira, março 19, 2003

Rio de Janeiro, capital mundial da Internet
- Pelo menos na semana que vem, com dois eventos quentes

A semana que vem vai transformar o Rio de Janeiro em um caldeirão de
discussões digitais, e será importante acompanhar pois a movimentação
poderá influenciar o futuro e o desenvolvimento da Internet no país.


De 23 a 27 de março, domingo a sexta, vai rolar o ICANN
Meetings in Rio de Janeiro
. As conversas são muito técnicas,
e centradas nas questões
de domínio
, como a introdução de novos TLDs (Top-Level
Domains
), mas quem tiver pela área pode tentar dar uma olhada pois
o evento é grátis em sua parte
pública
. Desde 2000 rola uma discussão sobre se o ICANN deveria
alargar seu escopo de ação, mas o board parece ainda perdido em
relação à própria representatividade
e legitimidade
, balançando entre os interesses dos usuários
e da indústria. Parece que vai haver algum
webcast
, e para se inteirar do que está rolando no tema vale à
pena acompanhar o ICANNBlog e ICANNWatch.
Na programação está previsto também o Encontro
dos Provedores
, onde certamente será quente o debate sobre a Internet
Gratuita
no país.


O outro evento é o Internet
Law Program 2003
de 24 a 28 de março, que na programação
anuncia, entre outras
estrelas
, a presença do herói de todos nós Lawrence
Lessig
. Ao contrário do outro, este evento é caro prá
xuxu: US$ 700 o pacote completo, US$ 200 por dia. Ficamos na esperança
(quase certeza) de que alguém vai blogar as apresentações,
né? De quebra vamos começando a fazer barulho sobre o que significa
este evento, principalmente no que toca aos
copyrigths deles
, e ao nosso
copyleft
aqui em território brazuca - blogueiros.br, uni-vos!. Mais
informações a qualquer momento, e por ora, a última
(e brilhante) aparição
do Lessig na SXSW.

Inclusão digital - Participe!

Se você possui acesso à internet e é 'alfabetizado tecnologicamente' (sabe usar um micro, mesmo que apenas o b?sico), parabéns. Você n?o é um analfabeto digital e faz parte de menos de 10% da populaç?o brasileira. Se você se importa com os outros 90% clique na logo abaixo...


sexta-feira, março 14, 2003

Big Globo se irrita com Mídia Tática:- Repórter do gigante do broadcasting ofende ativista digital

Ninguém pode perder o vídeo que mostra a baixaria protagonizada pelo repórter Britto Jr. (foto, horroroso!), do Jornal SP TV, ao tentar montar um cenário que se encaixasse em seu roteiro próprio do que seria uma reportagem de cobertura da big mídia no Festival Mídia Tática Brasil.

O tal sujeito achou-se no direito de "rodar a baiana" e agredir verbalmente a Tati Wells!!! Basta assistir a
peça
para perceber que o tal brito atuou um tremendo "ato falho", farto de simbolismo expresso na frase que fecha o vídeo: "não é coisa que pessoas comuns, que não entendem deste ramo, tenham condição de dar palpite". Big mídia vs. formiguinhas.

A Folha, que apoiou o evento, cobriu ironizando o exotismo das propostas e dos proponentes. Já o Estadão parece não entender a proposta ao começar sua crítica ao evento afirmando que o MTB propõe "uma comunicação de massa radicalmente oposta àquela produzida pelas grandes empresas de jornalismo e publicidade". Radicalismo sim, mas que começa com o desenvolvimento da potência da comunicação das pontas, desprezando a massificação da informação.

Alô alô galera, até o ministro aderiu. Venha conhecer o Mídia Tática Brasil.

Hoje rolou a instalação da Rádio Pega Eu, com o objetivo de denunciar a ação da PF contra as rádios comunitárias. Confira também o blog da turma do MTB. O evento está na Casa das Rosas, na Av. Paulista, São Paulo, até domingo (16), quando vai rolar o workshop do HD e do Felipe. As formiguinhas agradecem a presença, e se o big brother quiser vir, favor não perturbar o nosso caos.

UPDATE: ótima reportagem sobre o MTB no Furdunzzo

sexta-feira, fevereiro 28, 2003

Aí vem o Ev
- Ficou esquisito o título mas é isso mesmo.

Quanto abri meus referrals
stats
hoje dei de cara com uma entrada por link do blog
do EV
an "Blogger/Google"
Williams, que remete para o The
Blogger-Google F.A.Q
. É a blogada mais esperada das últimas
duas semanas, quem não vai linkar?
E lá tem também uma página dando toques sobre layout
em CSS.
Legalzão! Só achei estranho o Ev ter entrado na minha
lista de referrals - será um novo tipo bloogggle de spam? Acho
que já tinha ouvido falar disso.... Funciona bem! Será que foi
isso? Pode ter sido o link do NextBlogSpot...
maybe.

quarta-feira, fevereiro 26, 2003

FCC e Anatel
- Como (des)regular o mercado de acesso a Internet

A questão da regulamentação das telecomunicações
no que se refere ao acesso à Internet têm sido objeto de muita
argumentação e disputa em todo o mundo. Ainda na semana passada
o FCC americano votou
um conjunto de regulamentações
, o qual foi considerado
incoerente
pelo próprio Chairman da comissão, Michael Powell.
Tentar entender agora o que se passa no contexto norte-americano pode ajudar-nos
a antecipar situações futuras do nosso mercado.


Está claro que as entidades que se fazem representar no FCC, incluindo
as chamadas baby "Bells" (Verizon, BellSouth, SBC e Qwest), telecoms
de atuação regional, e as grandes AT&T e Worldcom, assim como
as empresas do setor de tecnologia (que no caso também se dividem em
fornecedores de software, de hardware, e provedores de serviço de acesso),
como no Brasil, não estão conseguindo chegar a um acordo sobre
como repartir o mercado.


Arrisco afirmar que a maioria destas empresas ainda não entenderam bem
a dinâmica da Internet, e por terem dificuldade de conceber o próprio
espaço no cenário futuro do mercado de acesso, ficam paranóicas
e batendo cabeça no intenso lobby sobre as instâncias reguladoras,
gerando normatizações
incoerentes
que terão como resultado entupir os tribunais de questionamentos
legais nos próximos meses. O sindicato dos lobistas e dos advogados só
têm a agradecer.


Aqui no Brasil estamos por aguardar a consolidação da Consulta
417
pela Anatel,
e bom seria se os responsáveis pelos resultados do processo estivessem
acompanhando de perto a bagunça que o FCC está causando por lá,
e tentassem evitar a possibilidade da Anatel repetir a lambança por aqui.
Rogério
Gonçalves
no Observatório
dá as últimas informações sobre o processo, colocando
esperanças numa melhora da formação do Conselho Consultivo
da agência, que hoje tem vários membros que também são
dirigentes de telecons(!). Assim dá até para dispensar o lobby...







O fenômeno wireless

the last mile


No momento existe um fator que precisa ser incluído com urgência
na presente discussão - a tecnologia
wireless como solução
para a conexão final da Internet
aos usuários. A Lei
de Moore
determina que a tecnologia de pacotes do protocolo Internet irá
dominar o mercado de telecomunicações, eliminando o protocolo
de circuitos das linhas telefônicas que utiliza ineficientemente o espectro.
A novidade é que a mesma lei agora começa a ter impacto no uso
do espectro wireless. Como?


O modelo tradicional funciona hoje alocando bandas de espectro de rádio
para usuários particulares, como por exemplo, os canais de televisão.
O novo modelo
propõe a livre utilização do espectro (Open
Spectrum
), deixando que a aumentada capacidade dos modernos receptores selecionem
as mensagens. Tais receptores irão aumentar a eficiência das bandas
de espectro valendo-se do desenvolvimento contínuo de sua capacidade
de processamento. Adivinhe qual modelo será diretamente alavancado pela
Lei de Moore?


Visão de futuro:
hoje estou conectando
pontos de acesso
wireless aqui na minha comunidade para compartilhar uma
conexão banda larga via cable modem. Imagino que rapidamente este modelo
de acesso irá dançar, e eu estarei conectado diretamente a uma
rede wireless local (pública, comercial ou comunitária), e esta
se ligará diretamente a um transmissor acoplado no backbone da Internet.
Tecnologias que indicam
este caminho
para o acesso dos usuários finais estão surgindo
a cada instante. Quem sabe a minha pequena rede não é o embrião
da organização quer irá reunir os usuários finais
do vale onde moro em um projeto comunitário
mais amplo
, que irá se ligar diretamente ao backbone da rede se utilizando
das facilidades do modelo de espectro
aberto
?


A rede de comunicação do futuro terá, ao que tudo indica,
um esqueleto de cabos e uma pele wireless.

sexta-feira, fevereiro 21, 2003

WiFi na veia
- Lições práticas e visão de futuro


Hoje instalei mais um nó na rede wireless (WiFi)
que estou montando na minha comunidade. Foi impossível não perceber
uma sensação de estar realizando algo muito significativo, que
terá grandes repercussões no futuro. Estamos disponibilizando
um acesso broadband e iniciando experiências de trabalho colaborativo,
preparados para distribuir 6 pontos de acesso wireless e 4 wired, além
de criar um hotspot de acesso free em pleno cerrado brasiliense. A antena ainda
é pequena, mas a idéia é estar expandindo o alcance da
rede e provomendo a adesão de todos os moradores do vale (vide foto),
que avista a capital à distância. Espero poder estar compartilhando
sobre a experiência com o povo que acompanha o Ecologia
Digital
.


Um dos postos avançados na estratégia mundial de ocupação
wireless é a nycwireless,
organização comunitária que integra as iniciativas locais
de disponibilizar acesso à Internet público e gratuito na área
metropolitana de Nova Iorque (veja
a cobertura
), e que também promove um forum
de discussão para "assuntos wireless" e suporte ao desenvolvimento
de pontos de acesso. Seria o modelo a seguir no plano de expansão.


Mais especificamente em Manhattan, a MNN (Neighborhood
Network)
sedia um TV
lab
e está "inventando" o wireless
broadcast
, que busca romper com o formato clássico (e caro) de produção
de TV possibilitando a transmissão de locais remotos para a rede TV a
cabo ou satélite, promovendo alternativas criativas de programação
partindo de uma rede
P2P
. Os primeiros testes já mostraram êxito em divulgar para
os participantes da rede imagens das manifestações contra a invasão
do Iraque do último dia 15, as quais foram ignoradas pelos big players
da mídia em solo americano.


Isso é revolução!! Segura a onda aí que lá
vem repressão.

domingo, fevereiro 16, 2003

15/02/2003 - PAZ
Enquanto isso, na rede...

Enquanto rolava o "Live
from the Blogosphere
", e o Ev
anunciava que o Google estava fechando
a compra do Blogger (Pyra
Labs
), milhões de pessoas saíam às ruas para reafirmar
o desejo de paz. É tão bonito e significativo que tem que ficar registrado. Mas,
voltando ao Blogger, a notícia da aquisição é muito
significativa para o novo ciberespaço e a análise terá
que ser mais aprodundada. Por agora, deixo um link
paranóico
com argumentações sobre se o Google merece
o título de Big Brother do Ano, direto do GoogleWatch. Veja também artigo do Dan Gilmour sobre o assunto.

UPDATE 3: Doc, como sempre, traduz nossos anseios sobre o tema.




Madri - 2 milhões de pessoas





















Londres





Paris



Nova Iorque





Berlim


Roma





No Rio, foi meio fraco.

Assim como em Brasília, a chuva atrapalhou.


A maior manifestação já vista em Londres




Barcelona




Enqanto isso, no Iraque...



UPDATE: muito mais imagens do dia 15 aqui.

UPDATE 2: NYTimes: "How the protesters mobilized".

terça-feira, fevereiro 11, 2003

Internet Gratuita
Quem tem razão?

Desde a
última postagem vinha eu a pesquisar sobre o imbróglio
nebuloso em que se transformou a questão da Internet Gratuita
na mídia brasileira. Tudo começou com os ataques
explícitos do UOL
, que certamente devem ter sido precedidos
por algumas pressões endógenas que resultaram na Consulta
Pública 147
da Anatel
(Proposta
de Regulamento para Uso de Serviços e Redes de Telecomunicações
no Acesso a Serviços de Internet
), a qual já produziu
as devidas
respostas
. A remessa de manifestações sobre a consulta
foi tão grande que o prazo de recebimento teve
que ser prorrogado
para o próximo dia 15, o que mostra como
as decisões sobre o tema "acesso à Internet"
são importantes e merecem a atenção da sociedade.


O que é
interessante observar, conforme destaca
Renato Cruz no Estadão
(o ótimo diagrama abaixo também
é da matéria do Estadão), é que apesar do
racha da Abranet (que ainda
publica em word
na rede!! vai ser anti-ecológico assim...) e da criação
do Comitê Nacional de defesa do modelo gratuito
, os maiores
provedores do Brasil têm operadoras de telecomunicações
como acionistas, independente de oferecerem acesso gratuito ou pago.
O iG tem a Telemar; o iBest, a Brasil Telecom; o Terra e o iTelefônica,
a Telefônica; e o UOL, a Portugal Telecom.


Existe
portanto um ponto de convergência: os provedores gratuitos defendem
que a Anatel
regulamente o compartilhamento de receitas, medida permitida em países
como a Inglaterra
e a Argentina
, e os provedores pagos acreditam que a medida poderia
melhorar as condições de mercado de acesso em geral, se
a alternativa não ficasse restrita a umas poucas empresas de
acesso grátis.


Para a
Anatel, o repasse
a terceiros da receita de telefonia fixa é proibido por lei.
Segundo a visão expressa pelo Superintendente de Universalização
da agência, Edmundo Matarazzo, se existe espaço para o
repasse o que deveria ocorrer seria a redução da tarifa
para o cliente final. Mas até aí nada está sendo
feito por parte da agência reguladora para incentivar a democratização
do acesso à rede, questão estratégica para o País.


Esta semana
o assunto continua quente com movimentações do
Comitê
e da
Abranet
. Como ressalta Luiz
Egypto no Observatório
, "no fundo da questão
está o acesso universal e democrático à internet
e às suas conhecidas possibilidades de produção
e difusão do conhecimento. Na superfície do debate, o
tráfego de telefonia e sua tarifação
".


Alberto
Dines
, também no Observatório,
levanta aspectos interessantes que explicam porque os veículos
de comunicação tem se comportado de forma tão estranha
em relação ao assunto. Enquanto a mídia impressa
revela-se distante, e por outro lado comprometida com uma das posições
(alguns veículos impressos são parceiros dos provedores
"tradicionais" de acesso pago), a mídia eletrônica
preocupa-se com o avanço das empresas de telecomunicações
no mercado de disponibilização conteúdo. Nesse
quadro fica clara a posição dos impérios midiáticos
em impedir a urgente e necessária democratização
do mercado de comunicação.


Nós
aqui, partindo
de uma visão ecológica digitalmente, sabemos a importância
do modelo gratuito neste momento de difusão das possibilidades
do ambiente digital. Com base nesta visão, e analisando as posições
dos envolvidos, parece difícil neste momento imaginar que o negócio
de acesso tenha sentido sem estar associado a uma operadora de telecomunicações,
e portanto, a bola está com a Anatel em regulamentar o mercado
de forma inteligente, e não movida a pressões. Quanto
ao medo pânico da grande mídia em relação
à perda de poder, o resultado é esse - desinformação
para a sociedade. Como diz o Alberto:



"Indispensável
um mínimo de regulamentação – a própria
velocidade da tecnologia o impõe. Mas esta regulamentação
não pode restringir-se apenas à área da internet
e internet grátis deixando-se o resto como está. O sistema
informativo brasileiro, como um todo, precisa ser avaliado. Está
na hora de examinar em profundidade a questão intocada da "propriedade
cruzada" dos meios de comunicação num determinada
cidade ou região e seus efeitos perniciosos na diversificação
das fontes. A questão da concentração da mídia
no país não pode ser segmentada ou enviesada, regulamentando-se
um setor e deixando-se os demais na mesma condição em
que se encontram há algumas décadas. O debate ora iniciado
sobre a internet gratuita em algum momento terá que ser complementado
na mesa de negociações. Nenhuma das partes quer perder

vantagens. Nem a sociedade."


quinta-feira, janeiro 30, 2003

UOL é a face perversa da rede brazuca...
... e segue orgulhoso em ser o "Rei do Conteúdo Fechado"

By: DBTH

Baguete: UOL
cancela contrato e deixa mais de 200 provedores à míngua


Veja também: Madrugada
Infernal
e Entrevista

Da parte do UOL: UOL
expande rede e passa a atender 560 cidades



"Mais um motivo para nunca ser usuário UOL. Espero que essa
droga de empresa continue perdendo a noção da realidade e afunde
de vez. Afinal até agora ela tem se revelado mais daninha à
Internet brasileira do que qualquer coisa. Afinal, só para dar uma
palhinha, quem foi que começou com a história de conteúdo
fechado por aqui? Quer atitude menos internet do que essa?"
by: DBTH
- Veja também no IDG,
e outro update.



Não bastasse a antipática campanha
contra a internet grátis
desenvolvida há umas 2 semanas atrás,
respondida
pelo IG
(colocando
a Embratel no rolo
), o UOL continua querendo ser a "hollywood da web"
implementando estratégias predatórias que demonstram o objetivo claro de forçar uma posição
hegemônica da marca no ciberespaço nacional. Sobre a questão da internet
grátis, veja o didático artigo
de Matinas Suzuki
, presidente do IG. (e também o comentário
de Renato Cruz
, ambos no observatório).
O que não dá para entender é a
posição
da ABRANET
(Associação dos Provedores), que coloca em sua página banner
linkando para artigo
no UOL
(!?).

UPDATE: Provedores lançam Comitê Nacional em defesa do modelo gratuito
"No momento que a associação que representa os provedores é contra o acesso gratuito, nós somos o Plano B"

UPDATE 2: "Internet grátis não pode acabar", defende futuro diretor do Instituto de Tecnologia da Informação, do governo Lula - é Sérgio Amadeu no Palácio do Planalto. Será que enfim teremos cabeças pensando Internet em nosso governo eletrônico?

Que as forças lógicas da hiperconexão possam defenestrar
(ou cooptar) esta ameaça aos princípios ecológicos do ambiente
digital.

terça-feira, janeiro 28, 2003

Playstation 2 para Bush: A rede busca meios de apaziguar o "Commander in Chief"

Enquanto o mundo se prepara para ouvir o que Bush vai dizer no "State of the Union" desta noite, e os habitantes dos países que fazem parte do "eixo do mal" (axis of evil) aguardam pelas bombas que irão "corrigí-los" de seus pensamentos "malévolos", o movimento pacifista na rede marca posição com inúmeras iniciativas.
[1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8].

A campanha mais interessante, de acordo com os princípios da Ecologia Digital, é a do banner à direita, que realizou uma coleta de recursos para enviar ao sr. presidente na Casa Branca um Playstation2, acompanhado de cópias dos jogos Conflict:
Desert Storm
(caça a Saddam), e SOCOM: U.S. Navy SEALs. Os promotores da campanha não se esqueceram de mandar também um controlador extra Dual Shock 2 para o vice Cheney, e um memory card para o sr. presidente não ter que deixar o console ligado por muito tempo. Ou seja, o kit guerra completo. Veja abaixo como surgiu a inspiração para a campanha, e também uma tela do jogo 'Desert Storm'.

As I sat pondering the President's motives one day, it suddenly dawned on me that it is entirely likely our Commander in Chief has never played a single video game in his life. "Of course!" I exclaimed, startling my girlfriend, who was driving at the time. "Without the catharsis that video games provide, Bush has no way of fulfilling his militaristic fantasies other than actually fighting wars."
Mikel Reparaz - Buy Bush a PlayStation 2 Campaign

UPDATE: a turma dos DJs virtuais não podiam ficar para traz nesta movimentação - 'Not In My Name - Pledge Of Resistance' (mp3 - 3,54 mb)

+ blogs...

... na lista de vencedores do Second
Annual Weblog Awards
da Fairvue.

O DPádua está concorrendo com o blogchalking ao prêmio deste ano. É clicar e votar (na categoria "best meme") - no mínimo, um monte de bons links de blogs, além de alguns ótimos textos teóricos sobre o fenômeno da blogosfera.
- What We're Doing When We Blog
- ...Find a Blog
- 30 Days to a More Accessible Weblog
- Is This One Nation, Under Blog?
- They Don't Get Blog

segunda-feira, janeiro 27, 2003

FILE
Festival Internacional de Linguagem Eletrônica

"As redes virtuais constituem um plano de imanência. Elas são transcendentais. Tanto as produções digitais como a cultura digital fazem parte do plano de imanência cuja proliferação as precipitam numa potencialização sem precedentes. Há um processo constante de heterogenização que se dá principalmente por replicações livres e por procedimentos de alteridade através de devires descodificados. Disto advém o principal acontecimento da cultura da imanência que é o anarqui-culturalismo, ele é o jogo livre entre todas as performances que ocorrem no mundo da imanência, libertando-se das instituições transcendentes baseadas na autoridade e na unicidade provocando por todos os lados um descontrole que não se pode capturar. Deste modo, só podemos falar de "arte digital" no sentido metafórico, pois no anarqui-culturalismo a "arte digital" significa todas as demais disciplinas potencialmente intercruzadas num processo de transcodificação. O anarqui-culturalismo ocorre, quando a autoridade cultural não pode mais exercer nenhum poder sobre as manifestações culturais ou sobre os seus produtores; quando os seus produtos não são mais comercializados; quando o valor do produto cultural não repousa sobre a sacralização ou sobre a propriedade, mas na sua capacidade de potencializar os agentes que com ele se conectam; quando o produtor cultural liberta-se de seu ego, liberta-se de seu nome, liberta-se da pretensão inócua de entrar para a história e, então, ao se desterritorializar pode participar de um plano mais complexo, onde o sentido construído pelo autor é substituído pelas estratégias de múltiplos sentidos em co-autoria com seus interagentes; quando o produto cultural deixa de ser linear e analógico e passa a ser um sistema ubíquo de complexidade interativa enfatizando seus aspectos imersivos e bioculturais, tornando-se portanto máquina de transformação cultural; quando não há mais o mundo próprio das artes, das ciências ou de qualquer outra disciplina, mas o jogo livre entre seus códigos, o jogo livre das diagonais que atravessam todos os planos, todas as disciplinas e que entrelaçam as multiplicidades heterogêneas num jogo livre das conexões. A cultura da imanência procede por replicação. Este é um acontecimento que aproxima o mundo virtual das redes ao mundo da vida, tanto um quanto o outro são digitais."
Ricardo Barreto e Paula Perissinotto
Organizadores do FILE - festival internacional de linguagem eletrônica


No FILE2003 poderão ser feitas inscrições relativas aos trabalhos hipemidiáticos: webarts, netarts, vida artificial, narrativas hipertextuais, web cam arte, animações computadorizadas, desing digital, tele-conferências, realidades virtuais, filmes interativos, e-videos de robótica on line. No FILE SYMPOSIUM poderão ser feitas inscrições relativas a "papers" teóricos, a apresentação de trabalhos, que participe do FILE e a performances tecno-digitais. No HIPERSÔNICA poderão ser feitas inscrições relativas aos trabalhos que exploram as sonoridades: música eletrônica erudita, música eletrônica pop(techno; drum'n'bass; trance; hardcoretechno; breakbeat...), música biológica, música genética, instalações sonoras, performances sonoras, c música, dramaturgias radiofônicas, rádio arte, paisagens sonoras, robótica sonora, video música e poesia sonora.

sexta-feira, janeiro 17, 2003

Dos pré-socráticos à fenomenologia do século passado... chegando à arte interativa do século 21

... em busca de novas iluminações nos conceitos da Ecologia Digital.

Henri Bergson (filósofo francês falecido em 1941) escreveu:
"A consciência parece ser proporcional ao poder de escolha do ser vivo. Ilumina a zona de potencialidades que envolve o ato e preenche o intervalo entre o que é feito e o que poderia ser realizado"
Roy Ascott observa (in "Turning on Technology"):
"Para Bergson, admirado por sua reafirmação do fluxo de Heráclito (fisósofo pré-socrático), faltou apenas conhecer a dinâmica de nossa "networked hypermedia" (Internet) para completar o seu modelo da mente. Os ritmos cognitivos, os saltos e mergulhos, os hiperlinks, criando túneis de mente para mente, imagem para som, som para texto, partindo de locações reais para lugares virtuais, de pessoas nas ruas para identidades no ciberespaço - tudo isso caracteriza os desejos e ambições dos artistas capturados nesta dança tecno-sedutora da mente."
Este Roy Ascott, que muito antes do e-mail e da Internet já era famoso por propor o "abraço telemático" (Telematic Embrace), esteve por aqui como mentor do "Invenção", evento patrocinado pelo ItaúCultural em agosto de 99, onde deixou o seguinte recado:
"Para Roy Ascott a arte dos próximos 30 anos será a arte da consciência. Mas uma consciência dupla, uma mente aberta à ciberpercepção. Ascott usa o termo technoetic, que significa consciência + tecnologia. Ele engloba o antigo e o moderno, o espiritual e o artificial, o cósmico e o cultural. O corpo humano e os seres artificiais passam a ter um habitat em comum. É o desenvolvimento pós biológico. Uma troca entre o humano e o eletrônico, a moistmedia (mídia úmida). "
(Plugado, molhado e úmido: arte na beira da Net)
Mas o que chamou mesmo a atenção é que o tal Roy Ascott, diretor do CAiiA-STAR (trabalho colaborativo em artes interativas), está propondo em suas últimas palestras o surgimento de uma nova cultura planetária tecnoética, baseada em 3 "V-Realidades": a Validadal, a Virtual, e a Vegetal.
"Nosso foco é Arte, a tecnologia e a consciência, de onde uma cultura planetária tecnoética poderia emergir baseada em 3 RVs: Realidade Validada: abrangendo a tecnologia mecânica em um prosaico mundo Newtoniano; Realidade Virtual: abrangendo tecnologia digital e interativa em um mundo de imersão telemática; Realidade Vegetal: abrandendo a tecnologia das plantas psicoativas em um mundo espiritual enteogênico. Para essa finalidade, são necessárias pesquisas transdisciplinares e colaborativas para que ferramentas de aprendizado e produtividade inteiramente novas possam surgir. Em nossa busca de um paradigma interativo, CAiiA-STAR e o Planetary Collegium são as respostas iniciais para esta necessidade." (Planetary Technoetics: art, technology and consciousness.)
 Muito interessante...

Anatel em ação
Consulta pública para regulamentar o acesso à Internet no país


“Temos mais de 5.300 municípios no Brasil e apenas 350 dispõem
de provedores de acesso à Internet”.



Com esta frase, dando conta do abismo a ser ultrapassado a nível de universalização do acesso
em nosso país, foi aberta a audiência pública
para esclarecimento da Consulta
Pública n.º 417 – Proposta de Regulamento para Uso de Serviços
e Redes de Telecomunicações no Acesso a Serviços de Internet.


A Anatel
está propondo
que, além do atual modelo de cobrança
por pulso telefônico, também exista um modelo de código
não-geográfico, para que moradores de cidades sem provedor local
não precisem pagar interurbano nas conexões, e um terceiro, que
crie um código de quatro dígitos que transfira todo acesso à
internet para uma rede de dados, fora da rede de telefonia local.


No entanto, parece que o grande tema da parada é o futuro dos recursos
que as operadoras de telefonia pagam umas às outras pelo tráfego
gerado pela internet (tarifas de interconexão, clique
para entender
). Durante a semana,
manifestações da Anatel
contra o atual formato da Internet
grátis deram o tom das discussões, e apesar do efeito
social resultante
, parece realmente que algumas
distorções precisam ser corrigidas
.


Vamos acompanhar e retornamos no caso de novidades pertinentes.

Sobre o assunto: UOL,
IG.

Lula e o software
A escolha que pode determinar o futuro digital no Brasil

A turma do Metáfora , através
do Gasli (Grupo de Argumentação
para o Software Livre), não para de buzinar para todos os cantos que
o momento é importante e exige mobilização alerta. Do outro
lado já existe a tal Coalizão
pela Livre Escolha de Software
, iniciativa da Camara-e.net
(Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico) que "lutará
para impedir que a adoção de software livre se torne uma política
pública de governos municipais, estaduais e federal
".


O debate está quente, e vale à pena checar a real argumentação.
De um lado pode-se conferir artigo
de Marcelo Branco
, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS),
responsável pela implantação de redes de sistemas livres
na instituição de ensino localizada num estado cujo governo adotou
o software livre como linha de frente de uma política pública
de desenvolvimento da informática; do outro está Eduardo
Campos de Oliveira
, gerente de servidores da Microsoft do Brasil.


Artigo
de Rafael Evangelista
no Obsevatório
dá uma boa visão da situação:



"Atrás do que parece ser uma simples disputa entre profissionais
especializados, que buscam enfatizar a excelência e a adequação
de duas tecnologias diferentes e nas quais são especialistas, esconde-se
um enfrentamento mais profundo, de dois grupos profissionais que parecem carregar
consigo visões de mundo e ideologias diferentes e

opostas."



A Ecologia Digital percebe que a solução não está
unicamente em um ou outro caminho, mas identifica que lobbys corporativos milionários
têm influenciado as políticas públicas nos últimos
anos no Brasil em favor do software propietário. Portanto, é engraçado (para não dizer outra
coisa) ver esta coalizão
pela livre escolha
tentar impedir que a nova ideologia eleita democraticamente
utilize de seus intrumentos de implementação de políticas
públicas nas questões relativas ao futuro digital do país.


Ou como diria o Joelhasso, "livrescolha
o caralho
".

quarta-feira, janeiro 15, 2003

Disney venceu em "Eldred vs. Ashcroft"
Mas o movimento iniciado parece ser muito maior que a decisão judicial de hoje

A Suprema Corte americana decidiu
(por 7 a 2)
manter a autoridade do Congresso em regular pela extensão
dos direitos autorais ("Sonny
Bono's Copyright Term Extension Act
") que protegem os lucros de canções,
livros e personagens de desenho animado, rejeitando os argumentos contrários
baseados no princípio da Ecologia
Digital
no já famoso caso "Eldred
vs. Ashcroft
".


Lawrence
Lessig
foi o advogado que teve a incumbência de demonstrar aos juízes
que o estado atual da legislação distorce a função
essencial do copyright na Constituição. Ele declara
hoje em seu blog
esperar que a decisão desfavorável crie a
mobilização necessária para que se restabeleça o
"direito
dos comuns
" na questão.


O melhor acompanhamento do assunto está no Copyfight.

terça-feira, janeiro 07, 2003

Voltando...
... e saudando a vitória do dia no âmbito da Ecologia Digital



eu mesmo, em uma praia perto de Half Moon Bay,
no caminho de San Francisco - paraíso dos surfistas


Voltando dos EUA, depois de passar por San Francisco, conhecer a comunidade
de Kayumari
, que fica em Columbia,
aos pés da Sierra Nevada,
descendo as montanhas depois para encontrar amigos nas praias de Santa
Cruz
, e aí novamente San Francisco para depois subir para Ashland,
no Oregon, para encontrar (e conhecer) novos amigos, cá estou novamente
neste paciente blog.


Aos amigos que tentaram acompanhar as minhas andanças via blog (Us,
and then...
), desculpo-me pelas expectativas que possa ter criado em relação
aos conteúdos prometidos. Espero poder comentar o que se passou tentando
recuperar o que for pertinente e esclarecedor para os princípios da Ecologia
Digital.


E retorno com uma boa e fresca notícia para os que acompanham as batalhas
judiciais
relacionadas ao DMCA. Jon Johansen, o rapaz norueguês que
estava sendo processado pela MPAA por ter
descoberto e divulgado pela Internet o DeCSS,
que quebra a encriptação que impedia Jon de visualizar em seu
Linux PC os DVDs que adquiria legalmente, foi inocentado pela justiça
da Noruega. Notícia no The
Register
, e informação completa com a EFF.

quinta-feira, novembro 28, 2002

US, and then...: Ecologia digital em imersão cognitiva na "terra da abundância"

Mas que ilustração bem sacada, hein? Uma super-metáfora do ambiente digital na temática blog.

Tive que abrir espaço para esta inspiração do Ray Vella, que está ilustrando uma matéria
sobre blogs
do NYTimes. A feminista de plantão tentou vender a idéia de que a blogosfera é machista, mas quem fez o filme foi o ilustrador...

Se alguém de vocês ainda não sabe, o conteúdo do NYT não é fechado, mas exige que se faça um cadastro. Vale à pena se registar pois, apesar da matéria sobre blogs ser muito ruim, este jornalzão é um fiel termômetro de como a grande mídia encara os temas do momento, e portanto é válido acompanhar.

By the way, para quem acomapanha o Ecologia Digital vou avisando que possivelmente estarei um pouco ausente nos próximos dias. Estou embarcando para San Francisco à noite (legal!), para encontrar amigos e participar de um evento da maior importância. Como disse no título,
trata-se também de um processo de imersão cognitiva dos conceitos da Ecologia Digital nos mecanismos e paradigmas da sociedade afluente, ou como diz meu amigo Lou Gold, compreender o que faz daquilo lá "the land of abundance".

Vou estar blogando no US, and then..., um blog de viagem experimental que pode ser visitado por quem tiver interesse em acompanhar os detalhes da jornada...

domingo, novembro 24, 2002

Ellen Feiss fala: Nossa musa quebra o silêncio em entrevista a jornal universitário


update 14/04/2007: o video do youtube substitui imagem original que ilustrava o post e se perdeu na deslinkania

Jornal Universitário da Brown University conseguiu o que Jay Leno, David Letterman e a MTV tentaram sem êxito: uma entrevista com a musa da Ecologia Digital, Ellen Feiss. Artigo da Wired no Terra complementa a informação. Para nós, finalmente fica esclarecido o mais importante - qual o tema do trabalho que o diabólico PC do pai de nossa heroína engoliu:

What was the paper about?

Ellen: "It was about Chinatown, and the formation of Chinatowns in America. I lost like three pages of it; it was terrible. It was a really, really good paper."


sexta-feira, novembro 22, 2002

Warchalking é roubo? A Nokia diz que sim...

O hobby geek preferido desde julho, o Warchalking, acaba de receber o primeiro golpe do mundo corporativo. Se ninguém tinha se manifestado até agora, é a Nokia a primeira a chiar. Veja matéria e comentários no site da BBC.

A empresa lançou um comunicado declarando que, qualquer pessoa que use serviços de rede sem a permissão da pessoa que paga por este serviço, está roubando. O comunicado surge logo após uma advertência do FBI sobre a "maluquice" wireless.

Warchalkers afirmam que estão realizando um serviço útil aos administradores de rede ao informar sobre as deficiências de segurança encontradas, e argumentam que se estivessem fazendo algo de intenção duvidosa, não estariam deixando rastros por aí. Por outro lado, se administradores de redes wireless deixam suas portas abertas em lugares públicos, não deveriam se surpreender se alguém entra para dar uma olhada. Deveriam estar agradecidos...