Fotografar a inclusão digital exige uma câmera com lentes
focadas num horizonte pertinente. (leia
mais)
A frase é do coordenador do programa "Cidade
do Conhecimento", Gilson
Schwartz, em artigo
disponibilizado pelo Jornal
da Ciência, da SBPC, e vem
fazer coro com o
que apresentou o novo Secretário de Logística e Tecnologia
da Informação do Min. do Planejamento, enfatizando o aspecto não-tecnológico
da questão.
Na semana passada vários artigos (folha,
estadão,
gazeta,
bol)
surgiram na mídia provocados pela publicação do Mapa
da Exclusão Digital, elaborado pelo CPS
da FGV sob a coordenação do CDI
e com apoio da Sun Systems e da USAID.
Entre outras frases fortes, o estudo afirma que cerca de 1
milhão de pessoas são beneficiadas por trimestre pela inclusão
digital no Brasil.
Partindo dos números apresentados em que 12,46% dos brasileiros têm
computador em casa, e 8,31% estão conectados à internet, a iniciativa
CDI/FGV registra a evolução da inclusão digital em termos
de parque tecnológico instalado, o que pode mascarar o fato de que "há
desafios tecnológicos que estão muito além do número
de máquinas instaladas em lares, escritórios ou telecentros"
(Schwartz).
"Parece apenas mais um dado 'inocente', mas valorizar esse indicador significa
contrabandear um modelo de sociedade da informação talvez relevante
nos EUA, mas inviável no Brasil."
Entretanto,
o que vale é o que cada um pode realizar rumo a este desafio que
é superar o abismo digital, e neste sentido venho divulgar a atuação
da AOPA -
Associação Olhos D´Água de Proteção
Ambiental, ong gerida por integrantes da comunidade
onde moro e da qual sou membro do Conselho Curador. A AOPA, sob a batuta
do Alexandre Lins, foi responsável
pela fundação do primeiro
EIC na localidade do Varjão, comunidade localizada no Lago
Norte em Brasília. Este projeto em parceria com o CDI funciona com procedimentos
pré-determinados, e hoje já tem uma dinâmica de funcionamento
próprio.
Animado
mesmo é o espaço da sede da AOPA, que hoje abriga um embrião
de telecentro em projeto parceiro com a Comunitas,
o qual tem gerado iniciativas conjuntas muito interessantes com a turma da Comunicação
da UnB e que está se encaminhando para a instalação
de uma rádio comunitária,
além de fomentar a produção cultural local para publicação
na web. Trabalhar pela superação da exclusão digital é
extremamente recompensador e divertido - vale à pena experimentar, e
não faltam vagas para monitores interessados.