Na rede

sexta-feira, novembro 28, 2003

Colaboração Manifesta
- Algo que une xamãs e hackers em torno de uma nova ecologia

Estava eu a pensar sobre a
última postagem
, misturando xamãs
amazônicos com mídia tática
, ação
comunitária local
com ambientalismo
global
e multidimensional,
e buscando a conexão de tudo isso com a Ecologia
Digital
, quando deparei com a seguinte blogada do chapa Felipe
Fonseca
:



"Eu
faço qualquer coisa que tenha um alto CT (outra definição
de Daniel
Pádua
- Coeficiente de Tesão). Acho que grande parte
dos envolvidos também se guiam por esse princípio. É
a oportunidade de fazer coisas novas, de questionar a estrutura da sociedade
sem ser chato ou panfletário. É entender que o Brasil é
uma cultura
hacker
e entremear humor de camelô no idealismo. É saber
que, como indivíduo, não tenho a menor chance de mudar o mundo,
mas vou morrer tentando. E isso envolve desde promover uma celebração
com peer-to-peer olho-no-olho até desenvolver uma distribuição
Linux ou fazer um fanzine. Sem buscar profissionalização, especialização
ou coerência, que são coisas do milênio passado."

hipocampo
- Escarradour d'idéias cotidianas - 26/11/03



A blogada
se referia ao Co:lab, "uma rede
descentralizada de pessoas operando de forma complexa
". Dentre os projetos
do Co:lab, o CafeColab (infra-estrutura
para a colaboração e a produção cultural independente
e autônoma, baseada em software livre), XtremeInformationDesign
(tentativa de criar um processo que aproxime o design das práticas de
...), e ComunidadesVirtuais
(algumas anotações sobre comunidades).


E é só (tudo isso)! E se acompanhou até aqui, sugiro que
veja também a transcrição da entrevista
do Dr. Claudio Naranjo sobre Mídia, Política e Educação

, originalmente publicada
em mp3
no CMI-Brasil.

quinta-feira, novembro 27, 2003

Xamãs reunidos em Brasília
- Para manifestar suas vozes na I Conferência Nacional do Meio Ambiente

Por
ocasião da I
Conferência Nacional do Meio Ambiente - I CNMA
, que vai se realizar
em Brasília entre os dias 28 e 30 de novembro, estará também
acontecendo a Tenda Cultural
Amazônica
, que tem como objetivo fortalecer a aliança sociocultural
dos povos da floresta e refletir sobre os rumos do desenvolvimento da Amazônia
Brasileira.


A Tenda
Cultural Amazônica
está acontecendo como resultado da criatividade
e do trabalho de pessoas ligadas às comunidades ayahuasqueiras em conjunto
com as organizações ambientalistas, e contará com a presença
de Maria
Alice Campos Freire
representando o Centro
de Medicina da Floresta
, juntamente com inúmeras lideranças
indígenas - especialmente Katukinas e Tukanos.


Estão previstas
na programação palestras sobre as questões de ordenamento
territorial
, saberes
locais e biodiversidade
, e cidadania
na floresta
. Haverá também mostra de vídeos e de
produtos extrativistas, atividades lúdicas, e apresentações
de música e dança, tornando o evento e a conferência soberanamente
livres e espiritualmente iluminados. Está agendada para amanhã
(28/11) às 20 hs., uma sessão
xamânica com pajés Katukinas e Tukanos
, que contará
também com a presença da comunidade ayauasqueira brasiliense.


Ecologia
Digital
estará acompanhando os acontecimentos da "Tenda",
propondo uma ponte entre o conhecimento da floresta e o ambiente digital. Fique
ligado.


Para saber mais
sobre o evento acesse o endereço:

http://ecologiadigital.net/xamanismo/


Para contato com
a produção do evento:

Davi de Paula (Juruá - Cruzeiro do Sul) - 68 9972-3914

Erika Vath (Brasília) - vath@senado.gov.br

Liliana Salvo (Brasília) - 61 921-6857


Entidades
envolvidas na produção da Tenda Cultural Amazônica:


terça-feira, novembro 18, 2003

Correio Braziliense na contra-mão da história
- Como um jornal pode trocar de ideologia em pleno vôo

Desde a "CENSURA"
em outubro de 2002, que resultou no afastamento
do jornalista Paulo Cabral
da presidência dos Diários Associados
e do Correio Braziliense, e na saída de Ricardo Noblat da direção
de redação do jornal, o que vemos acontecer no principal diário
candango é de entristecer.


Nos últimos meses, em mais uma decisão típica do "raciocínio
proprietário" que se apoderou da casa, fechou seu conteúdo
para os usários da Internet, decretando o fim de qualquer importância
que tenha alcançado na web. É fato que o Correio
Braziliense
nunca chegou a apresentar um bom site, mas mantinha agilidade
na cobertura e era referência para os assuntos de Brasília. Agora
nem isso.


Nos temas da Ecologia Digital (software
livre, propriedade intelectual, etc.) vemos seus articulistas papaguearem conceitos
certamente soprados ao pé do ouvido pelas corporações de
software. Ainda em dezembro do ano passado, como bem
destacado
pelo Prof.
Pedro Rezende
no Observatório,
tentava suavizar as mirabolâncias dos contratos
da TBA
(Micro$oft) com o governo federal:



"(A TBA) esclareceu ainda que não há decisão
condenando os contratos, apenas pareceres do TCU que pedem ajustes e se referem
a um modelo que não mais é executado. Assim não há
problema para Gates se preocupar. Os contratos estão, sim, sob análise
da Secretaria de Direito Econômico. No STF, porém, não
há pendência alguma."

Correio Braziliense, caderno "Metrópole",
01/12/2002



Não é uma PIADA?! Hoje parece que, apesar do Correio, a farra
da TBA
está chegando
ao fim
com ações
efetivas
do governo, mas o jornal continua tomando partido escancaradamente
em favor da ideologia das corporações do mercado de software,
como novamente
destaca
o Prof. Pedro Rezende:



MICROSOFT ATACA BRASIL

"Gigante internacional critica decisão do governo federal de dar
preferência ao uso de software livre nos computadores de órgãos
da administração pública.

Empresas pressionam pelo pagamento de direitos autorais".

Correio Braziliense, Economia, 12/10/2003


Análise do título da notícia:

"Embora a segunda frase da chamada se insinue como justificativa para
o ataque anunciado no título, a relação que ela guarda
com a fúria do monopolismo ameaçado, descrita na primeira, é
oposta à que insinua a justaposição de ambas. O verdadeiro
motivo para tal justaposição pode ser o de levar o leitor a
inverter sua percepção inicial sobre a moralidade do noticiado
ataque, sem que se agrida, no restante da matéria, a veracidade da
narrativa. Tal manobra acaba envenenado, com conotações de possível
ilegalidade, a ação de um Estado que exercita sua autonomia
num mundo dominado pelo dogma fundamentalista de mercado. Noutras palavras,
servindo de enganosa propaganda em favor da imperial agenda teológica
"pelo livre comércio", à guisa de notícia econômica."


Prof. Pedro Rezende, Obervatório de Imprensa,
21/10/2003



Ecologia Digital vai continuar denunciando
as distorções no trato dos assuntos que nos tocam. A preferência
pelo software livre é política pública do governo brasileiro,
e assim é por muitos motivos, sendo o menor deles econômico, e
o maior, estratégico. Caberia ao Correio Braziliense maior decoro ao
tratar de tais assuntos, evitando permear interesses outros em suas matérias.