Deu no Slashdot
que a Sharman Networks,
dona do Kazza,
entrou com uma reclamação
oficial contra o Google, proibindo-o de retornar determinados endereços
que ofereciam download do Kazaa-lite.
Na página
que retorna a busca ao Kazaa-lite o Google apresenta sua
política em relação ao DMCA,
e o link para o
documento que determina a censura.
Para quem não conhece, o Kazaa lite
(altamente recomendável - veja
faq) é o mesmo Kazaa,
aplicativo P2P
que compartilha arquivos de qualquer tipo na internet, só que
extirpado das irritantes propagandas, "pop-ups", banners, e programas
"espiões" (spyware) do Kazaa convencional. Foi melhorado (e
continua sendo) pela comunidade hacker,
o que representa um serviço compartilhado com todos os usuários
da rede.
Para a comunidade P2P fica
claro que a Sharman
está usando as mesmas
táticas do RIAA, ou seja, mudando de lado e se valendo da lógica
perversa do DMCA
para impedir a inovação nas ferramentas da rede e "se dar
bem" - reservando boa parte do mercado para sua plataforma (agora) proprietária.
Que vergonha, Kazaa (not so lite)!! E o que nós temos a ver com isso?
No meu entender abre espaço para algumas especulações teóricas.
Aproveito
para indicar um texto (meio antigo) do Geert
Lovink (ABC
da Mídia Tática) que publiquei lá
no site: Una Reciente
Historia de la Cybercultura de los 90'tas. O artigo aborda o conceito das
TAZ - Temporary Autonomous
Zone, de Hakim Bey,
para explicar, numa visão pessimista, o fracasso da Internet em realizar
as promessas libertárias do mundo underground. Lovink parecia acreditar
(ao final da década passada) que o mundo corporativo havia vencido a
guerra na rede, decretando a morte do anarquismo hacker.
(vale à pena ver o novo
livro de Geert Lovink)
Nós da Ecologia Digital, que ainda acreditamos na capacidade revolucionária
da rede, ficamos com o posicionamento do Doc
Searls sobre a mágica que vigora na colobaração específica
do éter digital, sobre o qual já
bloguei anteriormente:
"...os clientes se tornaram mais ariscos do que nunca.
As escolhas continuaram a crescer ao ponto deles mesmos desenvolverem suas próprias
"soluções" para todos os problemas que os fornecedores
obcecados por "branding" falharam em solucionar. Os tecnólogos
estão na liderança deste movimento oferecendo, e escolhendo, mais
coisas que simplesmente realizam o serviço melhor do que outras coisas
- ou coisas que fazem o serviço tão bem e por menos dinheiro."
"Doc
Searls - Linux SuitWatch - June 19"
E para terminar, em se falando em TAZ (ou ZATs), não posso deixar de
mencionar que os blogs
de Bagdá estão mais interessanes do que nunca. Não
só o do famoso Salam Pax,
que hoje é também articulista
do Guardian, e recentemente teve a
casa dos pais invadida em Bagdá, mas agora também o de uma
geek
iraqueana(?) mais do que esperta (Baghdad
Burning), que publica relatos que parecem scripts cinematográficos
sobre o horror que a ocupação americana causa no Iraque. Zona
Autônoma Temporária?
Ah, antes que me esqueça, aí vão outros kazzas vitaminados
oferecidos na rede: Kazza
Hack, Kazaa Diet,
... e o melhor deles (recomendo): Kazaa
Lite K++ 2.4.2.
Mantenha a Internet Livre.