O
site Demos publicou o ótimo
"Open
Source Democracy" de Douglas
Rushkoff, e convida ao debate.
O autor destaca a ênfase na colaboração coletiva originária
do movimento open source, que tem promovido com sucesso a inovação
através do conhecimento compartilhado, e compara ao declínio da
participação pública nos processos eleitorais tradicionais
- que ainda são determinados pela influência da "velha mídia"
e apresentam mínimas possibilidades de real interação.
A pergunta é: e se "abríssemos o código" de
nossos sistemas democráticos para que pudessem melhor cumprir seus objetivos
de participação inclusiva? A comunidade do software livre aprendeu
que soluções emergem da interação e participação
de muitos, e não de um planejamento central.
"... nossa resposta renascentista para a imprensa é o computador
e sua habilidade de agir em rede. Assim como a imprensa deu a todos o acesso
à leitura, o computador e a Internet possibilita a todos o acesso à
autoria. O primeiro Renascimento nos tirou da posição de recipientes
passivos para intérpretes ativos. Nosso Renascimento atual nos tira
do papel de intérprete para o papel de autor. Somos os criadores.
Enquanto programadores de jogos e não jogadores, criadores do
testemunho e não crentes no testamento, começamos a acordar
para o quanto da nossa realidade é uma fonte aberta e pronta para ser
discutida. Aquilo que parecia um hardware impenetrável é na
realidade software pronto para ser reprogramado. As histórias que usamos
para entender o mundo parecem menos explicações e mais colaborações.
Elas são grupos de regras, servem apenas para explicar os padrões
históricos ou prever padrões futuros."
Open
Source Democracy - Douglas Rushkoff
Estou em contato com a turma da Demos para providenciar uma tradução
e publicar lá no Ecologia Digital.
Por enquanto, vale mandar mais um trechinho:
"...certamente nossas visões de mundo e perspectivas políticas
e religiosas não estão funcionando como deveriam quando nos
dão respostas superficiais para as maiores perguntas da vida. O desafio
para todos que pensam é resistir a tentação de cair em
outra postura polarizada, nacionalista ou, Deus nos perdoe, sagrada. Mais
do que retroceder a crenças simplistas e infantis, ainda que temporariamente
tragam certa confiança de volta, de que as respostas já foram
escritas junto com a história de toda humanidade, temos que nos comprometer
a participar ativamente da escrita da história. Não basta voltar
para nossos velhos modelos, particularmente quando eles se revelaram impróprios
para explicar a complexidade da condição humana.
É muito tarde para o mundo ocidental recuar em um fundamentalismo
cristão, acelerando o conflito global em um esforço para trazer
a era messiânica. É muito tarde para empurrar cegamente em direção
a um modelo de puro capitalismo da cultura humana. Há simplesmente
muita evidência que os lucros a curto prazo não suprem as necessidades
das pessoas ou do meio-ambiente. Existem diversos valores alternativos e linhas
culturais submissas à eficiência do lucro que ainda não
provaram ser vitais para nosso ecossistema cultural.
Ao contrário, temos que trabalhar na difícil mas necessária
tarefa de inventar novos modelos, usando técnicas colaborativas que
aprendemos ao longo da última década, e baseadas nas evidências
reais que nos circundam."
Open
Source Democracy - Douglas Rushkoff
Vale à pena conferir.
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