Na rede

segunda-feira, setembro 20, 2004

Microsoft abre o código do Office?
- Por enquanto só para governos, seus parceiros confiáveis

Ao ver um comment no post anterior me chamando de "linuxista de m...", e depois de checar o post "influenciadores" (e também os comments) no Jonas Galvez, fiquei elocubrando sobre os aspectos positivos da Microsoft enquanto empresa de tecnologia. Algo assim como um exame de consciência para ver se minha crítica estava demasiadamente colorida por ideologia. Foi quando deparei com o anúncio durante o fim de semana: "Microsoft Announces Government Shared Source License for Office". (Bill gates abrindo o código do Office?!)

O significado óbvio da oferta é a abertura (parcial) do código do pacote Office para governos, sob as orientações do programa GSP (segurança para governos) da Microsoft - uma forma de aplacar a fuga de países do modelo windows/office por questões de segurança. O timing da oferta coincide com conferência anual do OpenOffice.org em Berlim, e é providencial como resposta à crescente pressão da união européia sobre padrões interoperáveis em documentos. A pergunta é: o movimento tem real significado para a comunidade?

Não posso deixar de concordar com Simon Phipps, que vê na estratégia uma dissimulação que integra a estratégia de lobby da Microsoft contra o modelo open source. Além do estranho acordo M$-Sun que reserva a Gates o direito de processar usuários OpenOffice, a recusa em participar do esforço da OASIS para desenvolvimento de padrões para formatos de arquivos para aplicações de produtividade indica que a oferta do fim de semana tem o objetivo de apenas "parecer" uma resposta a questões importantes. Mas em nome da imparcialidade, vamos acompanhar...