Recentemente Eric Raymond
(A Catedral e o Bazar)
enviou uma carta
aberta endereçada ao CEO da Sun,
Scott McNealy, solicitando
que (já que a Sun é
"amiga" do open-source) "libere o Java" (let
Java go). A resposta
da Sun foi um indicador de que não
existem planos de Java sob GPL neste momento.
Por outro lado, a IBM reforçou a pressão sobre a Sun com outra
carta aberta,
enfatizando a necessidade de uma implementação Java open-source
oficial:
"Um Java open-source iria acelerar a adoção de serviços
web em Java e a arquitetura orientada a serviços. Estamos firmemente
convencidos que a comunidade open-source iria se mobilizar em torno deste
esforço, e também contribuir substancialmente".
Rod
Smith,
IBM vice president of emerging Internet technologies.
Parece que IBM e SUN estarão conversando sobre o assunto nos
próximos dias. Mas a Sun defende bem sua posição, com
habilidade no discurso:
"O Linux tem bifurcado tanto que hoje só existe uma distribuição
Linux relevante (Red Hat) na América do Norte - o modus operandi
do movimento Linux foi diversificar a escolha. No mundo Java temos a motivação
oposta, que é assegurar que compatibilidade seja a regra do dia".
Jonathan
Schwartz,
Suns executive vice president for software
O tal Schwartz é bem esperto ao colocar o Java/Sun como uma terceira
posição na batalha do open-source (open-source
X open-standards), acusando a IBM de tentar conduzir o mercado para seu
único benefício. E está claro que a
IBM depende da consolidação das regras
do Java para definir suas estratégias.
E como a Microsoft entra nesta equação? Uma implementação
Java open-source teria o efeito de reduzir os investimentos em implementações
Java / Windows, ameaçando ainda mais a hegemonia de Redmond no desktop.
Sir
Bill, por seu lado, só tem a ganhar com a discórdia entre
seus concorrentes.
Entretanto, ao apresentar recentemente a audaciosa estratégia de preços
por-cidadão (para o Java enterprise
e desktop systems),
a Sun apresentou exemplo de custo de até 40 cents por cidadão
para países menos desenvolvidos. Isto demonstra o apetite da empresa
em desafiar o Windows em outras frentes globais, e aí, mostra-se novamente
"amigo do open
source":
"Muitas nações no mundo, especialmente na América
do Sul e na Ásia, vêm a Microsoft como o símbolo do monopólio
americano. Há muito pouco que a Microsoft possa fazer para reverter
este movimento. E o movimento não é da Sun, é do Congresso
brasileiro - é o poder legislativo que está declarando que todas
as tecnologias tem que ser open source. A Microsoft irá fazer isto?
Não. A Sun irá fazer isto? Pode apostar."
Citizen
Schwartz, in Steve
Gillmor´s blog in EWeek
De fato, o mercado de software está em transição e as
empresas estão apresentando suas armas para "a guerra" - e
aprendendo com a experiência.
Talvez em algum momento percebam que a chave para o novo paradigma é
COLABORAÇÃO.
Por ora, vemos que muitos recursos ainda serão gastos - em meio a contas
de advogados, lobistas, compra de senadores e cotas de publicidade na mídia
falida - na tentativa forçada de manter funcionando o carcomido modelo
de negócio do software proprietário.
Em tempo, via Doc:
Memo interno
da SCO demonstra pagamentos da Microsoft à empresa na marca de 100
milhões (!!) de dólares.
UPDATE!! (11/03) - O Microsoft
blogger cita fontes
internas para negar qualquer envolvimento de Bill com a SCO (e depois se
justifica). Mas a Business Week
em matéria
de hoje (11/03) confirma indícios de envolvimento da Microsoft com
a BayStar, fundo de investimento
que colocou 50 milhões na SCO em outubro último.
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